sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Dia do Estudante


as 23:45 do dia 11 de agosto.


Eu não gosto dessa coisa de "datas especiais". Parei de vê-las como de fato especiais a partir do momento que percebi que as coisas mais especiais de nossas vidas acontecem em dias comuns. Entretanto eu não resisti... Falar sobre educação no (glorioso?) "Dia do Estudante" me pareceu algo propício, até pelo fato de que todos já fizeram seus cometários durante o dia.
Minha única certeza sobre o assunto: A educação (dessas que a agente recebe na escola) precisa SIM ser reformulada, o governo precisa em PRIMEIRO lugar investir nela. Se trata da base de todas as outras coisas. Minha concepção é que se temos uma BOA educação básica, teremos  um bom país, com bons cidadãos, com bons políticos e com bons profissionais.
Não que o investimento da saúde não seja importante, mas, quem vai formar um bom médico se não a professora que lhe deu aula na primeira série? Não que investimentos em moradia também não seja importante, mas, quem vai formar um bom engenheiro se não aquele profissional que lhe ensinou a fazer contas na segunda ou terceira série? Quem vai formar um professor para dar aula para futuros médicos e engenheiros se não um outro professor?
As crianças vão para a escola aos 6 anos, sem referencia nenhuma de adultos ao não ser seus próprios pais, que podem ou não terem cumprido seu dever como tal. Cabe ao professor se colocar a disposição e a referencia dessa criança indefesa que saiu de casa pela primeira vez com intuito de estudar. Mesmo sem saber o que é ser um estudante, a criança sabe que isso DEVE ser uma coisa boa, caso contrário, seus pais (que supostamente) o amam tanto não lhes teria mandado para aquele lugar.
Entendam, eu não estou sendo alienada e dizendo que o resultado para todos os problemas do mundo é a formação de bons professores e o investimento em educação, mas com certeza a maioria desses problemas se neutralizariam se tivéssemos no mínimo consciência sobre a importância dos estudos na vida das pessoas.
Tenho uma teoria de que político nenhum tem realmente interesse em melhorar a educação básica. Porque se isso acontecer, a longo prazo talvez as pessoas entendam que aqueles que estão "no poder" não valem nada e os expulsem de lá. Mas isso é apenas uma teoria boba e sem importância.
Algumas coisas ainda permanecem em dúvida em minha cabeça. Muitas vezes, eu como estudante de graduação me pergunto porque eu estou me empenhando tanto em uma Universidade Federal quando um cara que pede dinheiro no sinal vai possivelmente ganhar a mesma coisa que eu depois de formada. Mas talvez a essência do estudante não seja mesmo ganhar muito dinheiro, seja fazer a diferença no mundo de alguma forma. Nos dias de hoje ser um estudante é um desafio, assumir esse papel é dificultoso e problemático. Eu não vou entrar no caso inversão de valores, não tenho certeza sobre tal assunto. Fato é que escolher estudar é muito mais escolher ser do ter.
Afinal de contas tivemos um presidente sem diploma universitário, temos um dono de televisão sem uma graduação e há pouco tempo assistimos um filme baseado na vida de uma prostitua milhonaria. Não estou dizendo que tais "personagens" não tiveram sua luta, o que quero dizer é que todos eles tem muitas coisas. Um universitário que vive longe da família (mesmo que de segunda a sexta) aprende muito mais sobre o ser, sobre amigos, sobre a formação de seu caráter e a educação que seus pais lutaram para lhe dar. Um universitário que trabalha o dia todo para pagar uma faculdade aprende muito sobre o ser quando tem que deixar de tomar aquele sorvete no sábado a tarde para não faltar na mensalidade da Faculdade no fim do mês.
E mesmo durante o ensino básico, escolhe-se ser um estudante. Escolhe-se levar a sério o que está sendo ensinado, escolhe-se respeitar e admirar seu professor pelo lindo trabalho que ele faz.
Concluo dizendo a vocês que escolher ser um estudante está muito além de conhecer para ter um vida melhor. Escolher ser um estudante é aprender sobre o ser e conhecer pelo prazer de saber sobre as coisas. Não é para qualquer um, talvez até você não escolha, seja escolhido.
Feliz daquele que tem prazer em estudar e saber que é através desse saber que vai se construir um ser que é diferente de todos os outros e que vai fazer a diferença sobre eles.

as 00:19

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Mas e o tempo...

por Mariana Dias, quarta, 20 de abril de 2011 às 17:39

Eu fico refletindo sobre o tempo. Todo mundo diz que ele é a cura para tudo. Todo mundo sempre me disse que ele resolve tudo. Eu sempre tive o tempo como algo soberano, que está além de todas as coisas. Só que quando pude conviver com ele de perto, percebi que o tempo não cura nada, que o tempo não é responsável por nada. A vida passa a ser intensa e efêmera. Pelo pouco que tenho aprendido a efemeridade é muito mais poderosa que o tal tempo. Sinceramente acho o tempo um cretino.

uma nota do encontrada perdida no FB.

Quadro: O Tempo, de Salvador Dali

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

a inconstância da vida

Uma notícia me deixou indignada semana passada. Não pela notícia em si, mas sim pelo modo triste como foi transmitida. Fiquei indignada porque em meus pensamentos isso já era um fato. Entretanto eles precisavam ouvir o médico dizer isso. Depois da indignação chegou o incomodo, medo, necessidade de tomar uma atitude de mudar algo que não se pode ser mudado.
Comecei a ler sobre o assunto e não achei o que queria. Eu queria que alguém me dissesse que conseguiu vencer a doença, que está conseguindo pelo menos lidar diariamente com ela. Mas tudo que eu encontro para ler são sintomas, explicações médicas simplificadas e relatos de morte. E quanto mais eu lia, mais desesperada eu ficava. 
O que me fez refletir sobre a inconstância de nossa respiração, de nosso corpo, de nosso humor, de nossas vidas. Podemos acordar bem e ter um ataque cardíaco sem aparente justificativa. E as vezes eu acho que é melhor morrer assim. Sofrer de uma doença degenarativa é como se despedir da vida a cada manhã e ao mesmo tempo sentir seu corpo se deteriorizando a cada noite. 

Ainda há muito o que ser lido e pesquisado sobre o caso. Ainda haverá muitas reuniões e discussões chatas em família. Mas será mesmo que ainda há muito tempo?
Estou assustada, só agora percebi que precisa ser feito alguma coisa. Não sei o que mudou, porque eu já sabia que a doença existia, mesmo antes da médica ter dito, mas mudou alguma coisa. 
Não sei se pelo meu avô, para polpar o sofrimento de minha mãe, ou se por ambos, mas alguma coisa realmente precisa ser feita. 

Li hoje: "Minha mãe foi virando um vegetalzinho..." Tentei imaginar a cena... Assustadora demais essa doença. E fica pior ainda quando você percebe que ela está dentro de sua família.