sábado, 5 de maio de 2012

um vício

Hoje fiquei durante duas horas dentro de uma livraria, sem se preocupar nem me dar conta do tempo.
Fiquei subindo e descendo escadas, olhando livro por livro. Estante por estante. Me perdi no tempo e no espaço. Como se algo me chamasse para dentro, como se algum imã me puxasse cada vez mais pra dentro.
Já fiquei mais que duas horas perdida em meio a livros, estantes e autores. Já fiquei mais que duas horas mergulhada em uma história, em meio a centenas de páginas e personagens.
Ler é como viajar sentado no sofá, na cama, ou na poltrona de um ônibus. É fazer amizades e viver a vida de pessoas imaginarias, com super poderes ou com sofrimentos que nem você mesmo suportaria. É adquirir experiência sem precisar se dar mal depois te ter feito uma burrada. Ler é se envolver em uma história ao ponto de chorar, gargalhar e até sentir medo enquanto o personagem em questão sente todas essas sensações.
Eu sempre tento explicar, sempre tento entender, sempre tento me colocar no lugar. Mas na real, a experiência que se tem com um livro é única e intransferível. A imaginação que me faz ler um livro e mergulhar nele é certamente diferente porque possivelmente você leu o mesmo livro e não acho de todo inspirador e envolvente quanto eu.
Nenhum livro é ruim, se você não gostou de algo que leu é porque simplesmente aquilo não foi escrito para você.
Minha paixão pelos livros começou com um tal de Menino Maluquinho, de Ziraldo. Depois ela passou por uma tal de Meg Cabot e nesse momento aí até tentaram enfiar em minha cabeça alguns 'clássicos' de Machado de Assis ou José de Alencar. Alguns foram digeríveis. Outros não. Ultimamente ando lendo tudo que me indicam, tudo que vejo na frente, tudo que seja de fácil acesso. Alguns eu gosto, outros não.
Mas é como uma droga, que vícia, que é necessário, toda hora, todo momento. Eu preciso estar lendo algum livro. Eu preciso de uma cabeceira ocupada por um livro. Eu preciso ter livros novos na estante, mesmo sabendo que vai demorar para le-los. Eu preciso ter uma estante lotada, cheia, explodindo de livros. Muito mais do que eu preciso ter uma sapateira lotada por exemplo. Sim, eu tenho mais livros que sapatos. Eu adoro sebos, adoro o cheiro de livros velhas e as páginas amareladas. Eu adoro bibliotecas e todas aquelas estantes gigantes cheia de novas histórias, de novas coisas para conhecer. Eu pararia tudo que estou fazendo por uma boa literatura, por um bom texto, por uma boa conversa entre eu e mais umas 700 páginas. Eu deixaria de dormir por um bom livro (como já deixei algumas vezes).
Tudo meio louco demais. Mas não seria um vício se não fosse louco e incompreensível.

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